Embrapa comemora 50 anos de presença em Cruz das Almas

 




Nesta sexta-feira, 13 de junho, a Embrapa Mandioca e Fruticultura comemora 50 anos de implantação em Cruz das Almas, o único município do estado da Bahia a sediar uma das 43 Unidades Descentralizadas da Embrapa. Ocupa uma área de 260 hectares, onde estão instalados 16 laboratórios, casas de vegetação, estufas, telados, biblioteca e campos experimentais com nove coleções de espécies e variedades de mandioca e fruteiras, além de áreas de proteção ambiental.

A Embrapa Mandioca e Fruticultura surgiu a partir do Instituto Agronômico do Leste (IAL), construído na década de 1950, depois denominado Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária do Leste (Ipeal), cuja missão era desenvolver tecnologias para a agricultura regional, em especial à citricultura.

A Unidade foi instituída oficialmente em 13 de junho de 1975 com o objetivo de executar e coordenar pesquisas para o aumento de produção e produtividade, a melhoria da qualidade dos produtos, a redução dos custos de produção e a viabilização do aproveitamento de áreas subutilizadas para mandioca e fruteiras tropicais. O projeto de implantação foi elaborado com participação de especialistas de diferentes estados e instituições e aprovado pela Diretoria-Executiva da Embrapa em 19 de fevereiro de 1976, quando os trabalhos se iniciaram, efetivamente, focados em culturas (atualmente abacaxi, banana, citros, mamão, maracujá e mandioca) e com abrangência nacional.

O centro de pesquisa conta hoje com 160 empregados, 253 bolsistas de ensino médio, graduação e pós-graduação, 29 estagiários e 41 terceirizados.

Contribuições


Entre as tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura nos 50 anos de implantação em Cruz das Almas, podem ser citados o sistema hidrotérmico da manga, que permite a exportação da fruta brasileira, o sistema de produção de mandioca para o semiárido, diversos sistemas orgânicos de produção, Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para diversas culturas e a Rede de multiplicação e transferência de materiais propagativos de mandioca com qualidade genética e fitossanitária (Reniva).

A colaboração da Embrapa Mandioca e Fruticultura tem sido importante na criação e manutenção de dezenas de polos de produção no estado da Bahia, a exemplo de banana na região de Bom Jesus da Lapa, plátano (banana-da-terra) no baixo-sul, mamão no extremo-sul, abacaxi em Itaberaba e mandioca no recôncavo-sul e centro-sul. Além disso, a instituição se dedica a identificar municípios que têm potencial para a diversificação de culturas, como é o caso da citricultura nas regiões oeste, extremo-sul e Chapada Diamantina.

Praticamente toda a citricultura do Nordeste e do Norte do Brasil é alicerçada nas variedades copa selecionadas e recomendadas por esta Unidade, trabalho iniciado ainda no período do Ipeal. Pré-imunizada naturalmente com estirpe fraca do vírus da tristeza dos citros, que funciona como uma “vacina” a essa doença, a Pera D6 se tornou, desde 1972, a única fonte de material propagativo de laranjeira-doce das duas regiões.

A Embrapa Mandioca e Fruticultura também coordena, desde 1976, o programa de melhoramento genético de bananeira da Embrapa responsável pelo desenvolvimento de diversas variedades, inclusive a Prata-Anã e a Pacovan, as mais cultivadas no Brasil (cerca de 60% da produção), e a banana BRS Princesa, do tipo Maçã.

Já o programa de melhoramento genético de mandioca lançou dezenas de variedades para mesa e indústria com alto rendimento de amido, adaptadas a diferentes condições ambientais e com resistência a doenças e pragas.

Atualmente, a Embrapa Mandioca e Fruticultura assume papel de liderança nacional na coordenação de projetos relacionados ao huanglongbing, a mais severa doença da citricultura, um dos agronegócios mais importantes do País.

Perspectivas


A Unidade integra um conjunto de instituições que coordenam pesquisas que buscam o controle da murcha de Fusarium, anteriormente conhecida por mal-do-Panamá, doença de solo causada pelo fungo Fusarium oxysporum f.sp. cubense (Foc), endêmica em todas as regiões bananicultoras do mundo e, historicamente, uma das doenças mais destrutivas da cultura. A Embrapa Mandioca e Fruticultura também lidera ações de prevenção e mitigação de riscos à entrada da raça 4 de Fusarium, ainda não presente no País.

“Para os próximos 50 anos, acredito num futuro mais agradável e, por isso, tenho que mencionar a mitigação de efeitos de mudanças climáticas, o maior uso de insumos na agricultura. Enfim, uma pesquisa direcionada para uma agricultura mais sustentável”, destaca Laranjeira.

Solenidade


Com início às 9h, o evento é aberto ao público e deve reunir parceiros, autoridades de diversas esferas e representantes da imprensa, além de empregados e colaboradores. Na oportunidade, vai acontecer o lançamento oficial do Ater+ Mandioca, um ambiente digital que apresenta os principais tópicos relacionados à cultura, como recomendações para melhorar a produtividade e a qualidade da produção, tecnologias para plantio e manejo, pragas e doenças e seus métodos de controle, cultivares, entre outros temas.

Idealizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e coordenado pelo Núcleo de Ações Estratégicas e Núcleo de Comunicação Organizacional da Embrapa Mandioca e Fruticultura, o portal pretende preservar os conhecimentos científicos e tradicionais sobre a planta, apresentando também inovações e novidades para produtores e extensionistas. O novo canal de comunicação traz conteúdos em diversos formatos, como textos, áudios, notícias, publicações, webstories e imagens, que traduzem de maneira simples e objetiva as principais informações para aplicação prática pelos agricultores em suas propriedades rurais.

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