Líder espiritual denuncia impactos da Ponte Salvador-Itaparica e reacende debate sobre megaobra



O líder espiritual Alê Okan reacendeu a discussão sobre os impactos do projeto da Ponte Salvador-Itaparica, ao denunciar publicamente as consequências socioambientais e culturais da obra. Em tom contundente, ele classificou o empreendimento como “megalomaníaco” e acusou o governo de facilitar o saque das riquezas naturais da Bahia, às custas da destruição ambiental e da violação de territórios sagrados.
Foto: Reprodução/YouTube 

A denúncia se baseia em um relatório oficial de impacto ao patrimônio imaterial, que identificou 116 terreiros de matriz africana sob risco de remoção, demolição ou degradação na Ilha de Itaparica — região diretamente afetada pela construção. Com 500 páginas, o documento foi elaborado no âmbito do licenciamento do projeto, mas, segundo reportagem do Intercept Brasil, foi divulgado de forma discreta e sem consulta efetiva às comunidades atingidas.

“É um projeto que promove morte e destruição, silenciando saberes ancestrais e comunidades tradicionais em nome do falso progresso”, criticou Okan.

O relatório aponta 45 impactos negativos relacionados à obra, entre eles a violação de espaços sagrados, o avanço da especulação imobiliária, o agravamento da intolerância religiosa e a incidência de racismo ambiental. Para Okan, esses temas têm sido sistematicamente ignorados tanto pelo poder público quanto por setores empresariais envolvidos na iniciativa.

Além da ponte de 12 quilômetros, o projeto inclui novas vias em Salvador, quatro viadutos, dois túneis, a duplicação da BA-001 e a implantação de pedágios nos municípios de Itaparica e Vera Cruz.

As declarações do líder espiritual têm ganhado força entre movimentos sociais, ambientais e religiosos, que denunciam a falta de diálogo com as populações locais e exigem que o desenvolvimento respeite o patrimônio imaterial e os direitos das comunidades tradicionais. O episódio evidencia o conflito crescente entre a realização de grandes obras de infraestrutura e a necessidade de preservar a diversidade cultural e ambiental da Bahia.

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