Nesta
quinta feira, dia 24 de maio, uma grande manifestação popular contra o governo
e as reformas da previdência e trabalhista tomou as ruas de Brasília e foi
reprimida pelo governo com a presença da Força Nacional. O quase ex-presidente,
Michel Temer, através de um decreto convocou as forças armadas para conter as manifestações
alegando se tratar de “baderna”, com vistas a “garantir a lei e a ordem”.

Ocorre
que o ainda presidente Temer, recorre à tropa como forma de impor sua presença
no governo e intimidar as manifestações pelo país. É abusivo e foi inclusive
criticado pelo ministro do STF Marco Aurélio de Mello. Temer por não ter mais
nenhuma força política e credibilidade institucional para governar recorre a
essa prerrogativa prevista na constituição para se manter no poder e dizer que
está vivo.
Será
que estamos à beira do Estado de Exceção?
O
Estado de Exceção é quando o chefe do executivo pode se utilizar de um
mecanismo constitucional para suspender direitos e garantias até que novamente a
ordem seja alcançada. Aí está o perigo. O próximo ex-presidente, temendo as
manifestações que pedem sua inevitável saída do governo, compreende os
protestos como ameaçadoras da ordem. Por isso as forças armadas nas ruas de
Brasília. Este é um sintoma perigoso e merece nossa atenção.
Temer
já demonstrou que não tem medo em mexer em direitos e tenta a todo custo aprovar
suas reformas, mesmo neste inferno astral que vive e sem nenhuma popularidade.
De modo que pode muito bem lançar mão irregularmente desse mecanismo para
prorrogar sua estadia no Palácio da Alvorada ou do Jaburu e seguir com foro
privilegiado. Nesse aspecto o judiciário precisa ficar atento para sanar
possíveis supressões de liberdades e garantias e interromper as ações
truculentas desse governo que já chegou ao fim.