Ministra Macaé Evaristo participa do Bembé do Mercado e defende respeito à diversidade religiosa

 Durante celebração dos 136 anos do maior candomblé de rua do mundo, em Santo Amaro (BA), ministra dos Direitos Humanos alerta para o aumento da violência contra religiões de matriz africana

Manifestação cultural e religiosa é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde o ano 2000 (Foto: Raul Lansky/MDHC)

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, participou nesta terça-feira (13) das celebrações do Bembé do Mercado, em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano. Reconhecido como o maior candomblé de rua do mundo, o Bembé completa 136 anos de existência e é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2000.

Ao lado de autoridades locais, estaduais e lideranças de terreiros, Macaé reforçou o papel das religiões de matriz africana na resistência do povo negro no Brasil. “O Estado não tem religião, mas tem que respeitar a crença e a religião de cada um. Esse é o nosso grito”, declarou a ministra, ressaltando o direito à liberdade religiosa e a necessidade de políticas públicas para os povos de terreiro.

Ela também alertou para o crescimento das denúncias de violência contra templos religiosos: “No nosso Disque 100, canal de denúncias do MDHC, a violência às nossas casas e aos nossos templos religiosos cresce. No ano passado, foram mais de duas mil denúncias dessa natureza”, pontuou. A ministra afirmou que “nossa dignidade não existe se a nossa espiritualidade não for respeitada”.

A celebração do Bembé do Mercado, que tem origem no ano seguinte à abolição da escravidão, em 1889, também marca o Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo. A secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia, Ângela Guimarães, ressaltou o significado da data: “Essa é a saga de um povo que construiu e formou a nação brasileira. Mas infelizmente, o racismo ainda oprime nossas religiosidades e culturas”.

A deputada estadual Olívia Santana também participou do evento e destacou a importância de manter vivas as tradições afro-brasileiras: “Hoje os tambores tocam para Xangô, para as Yabás, para Yansã e Nkisi. Precisamos resistir e viver com dignidade”.

O Bembé segue com extensa programação até domingo (18), incluindo rodas de conversa, feiras, apresentações culturais, cortejos e cerimônias religiosas. Confira a programação completa aqui.

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