Governo reconhece território quilombola em Cachoeira

Comunidades de Calolé, Tombo e Imbiara recebem relatório oficial do Incra após anos de luta por regularização fundiária


O território quilombola de Calolé, Tombo e Imbiara, localizado em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, teve o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) publicado no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (3). O documento foi entregue a representantes das comunidades em cerimônia realizada no auditório do Incra, em Salvador.

A área delimitada soma 1.266,8 hectares e envolve 16 imóveis rurais e posses. Ao todo, 329 famílias remanescentes de quilombo estão cadastradas no local.

Segundo o superintendente regional do Incra na Bahia, Carlos Borges, a publicação representa um passo fundamental no processo de regularização. “As terras onde viveram e trabalharam os ancestrais dessas famílias, ao final do processo, estarão oficialmente reconhecidas como pertencentes à comunidade de seus descendentes”, destacou.

O relatório antropológico que embasou o processo foi elaborado pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), por meio do projeto Observa Bahia, e doado ao Incra em 2018.

Cachoeira já soma quatro RTIDs publicados, abrangendo 18 comunidades e 11 processos administrativos em andamento. De acordo com Flávio Assiz, chefe da Divisão de Territórios Quilombolas, a origem de Calolé, Tombo e Imbiara remonta ao período de auge das usinas de cana-de-açúcar. “A história dessas famílias está ligada à permanência dos quilombolas na própria fazenda, vivendo nas bordas e nos mangues”, explicou.

Atualmente, a produção agrícola no território é baseada em mandioca, quiabo, laranja e manga, além da coleta de jenipapo e da mariscagem. Apesar disso, parte das famílias ainda depende do arrendamento de terras de fazendeiros da região.

Para os moradores, a conquista traz esperança de novos avanços. “Agora temos mais segurança de que, mais adiante, vamos conquistar a titulação do território”, afirmou Lorival Ferreira dos Santos, liderança da comunidade Calolé.


Via: Jornal Correio https://share.google/JhA3mTkitPLuJvHxK 



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