Na última quinta-feira (9), Cachoeira sediou um ato público de reivindicação por justiça no caso do assassinato da quilombola Tainara dos Santos, desaparecida há um ano. A atividade, intitulada Aula pública contra o machismo e o feminicídio, reuniu familiares, representantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), agentes públicos e coletivos de mulheres negras de diversas regiões do estado.
Esse foi o terceiro ato em memória de Tainara — o primeiro ocorreu em novembro de 2024 e o segundo, seis meses depois do crime.
O principal suspeito do feminicídio é George da Silva, ex-companheiro da vítima e pai de sua filha de dois anos. Tainara havia denunciado o agressor e possuía medida protetiva. No dia 9 de outubro de 2024, foi vista pela última vez em uma lan house acompanhada de três homens, após se encontrar com George. O irmão da jovem também a avistou ao lado do suspeito no mesmo dia.
Um ano após o desaparecimento, o corpo de Tainara ainda não foi encontrado. O Ministério Público denunciou George por feminicídio e ocultação de cadáver. Ele segue preso e deve ser julgado por júri popular.
Durante o ato, Rose Oliveira, assistente social e presidenta da ONG Tamo Juntas, criticou a falta de efetividade das políticas públicas de proteção às mulheres.
“A Lei Maria da Penha não tem sido implementada como deveria. Quando o Estado falha em garantir a segurança de uma mulher com medida protetiva, ele também é responsável pela sua morte”, afirmou.
A mobilização foi organizada pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, pela ONG Tamo Juntas e pelo Coletivo Ângela Davis, em parceria com a UFRB.
Fotos: Câmara Municipal de Cachoeira
Com informações da Revista Afirmativa.
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